A Ryanair criticou a ANA Aeroportos pelo aumento das tarifas aeroportuárias, dizendo que Portugal poderá perder tráfego e o crescimento do seu mercado para outros concorrentes no espaço europeu.

Em conferência de imprensa num hotel em Lisboa, o presidente executivo do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, afirmou que em muitos mercados internacionais as taxas aeroportuárias estão “muito mais baixas que o esperado”.

“Graças a essas taxas mais baixas, estamos a ver grandes ganhos de quota de mercado pela UE [União Europeia], Itália Espanha, Polónia”, afirmou em conferência de imprensa o presidente executivo do grupo Ryanair, que afirmou que esse crescimento não deverá ocorrer em Portugal.

“Não vamos crescer este ano em Portugal devido aos altos custos impostos pelo monopólio de aeroportos da ANA”, sublinhou, apontando que a empresa tem registado grandes ganhos nos mercados de Copenhaga, Polónia, Marrocos, Jordânia e Albânia.

Segundo a Ryanair, ao oferecer custos competitivos, a ANA estará a “restabelecer o crescimento da economia, empregos e a indústria do turismo em Portugal”.

Perante uma perspetiva sem crescimento nos aeroportos nacionais, a companhia aérea disse ter enviado, “em maio ou em junho”, um documento ao Governo, mas que ainda não se encontrou com o atual ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.

“Queremos continuar a crescer em Portugal. Apresentamos um plano audacioso ao Governo português sob o qual iríamos duplicar o nosso tráfego de 13,5 milhões para 27 milhões de passageiros até 2030”, disse Michael O’Leary.

De acordo com a companhia aérea, a ANA deve oferecer taxas competitivas para o crescimento e atribuiu a estas subidas uma diminuição da sua capacidade nos aeroportos em que opera em Portugal.

Na conferência de imprensa, Michael O’Leary referiu que a base em Ponta Delgada foi encerrada durante o inverno de 2023 devido a estas taxas, enquanto a base do Funchal baixou para uma aeronave, quando antes tinha dois, correndo, também, o risco de encerrar no próximo inverno.

Também as operações da companhia aérea no Porto e Faro deverão ser reduzidas na campanha de verão, numa mudança que a Ryanair também atribuiu ao aumento das taxas portuárias.

Para este ano, a Ryanair terá 27 aeronaves em Portugal a servir 172 rotas, num total esperado de 13,5 milhões de passageiros.