A CNN Portugal divulgou hoje uma escuta da operação Influencer, na qual António Costa terá dito ao ex-ministro João Galamba que Christine Ourmières-Widener teria de sair da liderança da TAP por razões políticas, por forma a conter eventuais danos para o Governo e em que refere já ter “um gajo muito bom” como solução para liderar a TAP: Luís Rodrigues, da SATA, que “é um fator de tranquilidade e descompressão”.
O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, afirmou hoje que não conhece nem nunca falou com António Costa, após terem sido divulgadas escutas em que o ex-primeiro-ministro terá afirmado já ter um substituto para Christine Ourmières-Widener.
“Fico muito lisonjeado com o comentário. Não conheço o Dr. António Costa, nunca o vi nem falei com ele por qualquer meio pessoal ou outro”, afirmou Luís Rodrigues que está hoje a ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação sobre a situação da companhia, nomeadamente, sobre os prejuízos registados no quarto trimestre de 2023 e no primeiro trimestre de 2024.
A questão das declarações de Costa, citadas na referida escuta, foi colocada pelo deputado do Chega Filipe Melo, após o seu partido ter anunciado que vai propor a audição na Assembleia da República do ex-primeiro-ministro António Costa para dar explicações aos deputados na sequência de notícias de que terá dado indicação para o despedimento da ex-CEO da TAP.
Contactado pela Lusa sobre as escutas relativas à TAP intercetadas no âmbito do processo Operação Influencer, João Lima Cluny, advogado de António Costa, disse apenas que “o processo em que António Costa foi ouvido está em segredo de justiça” e que o ex-primeiro-ministro “não foi confrontado com nenhum desses elementos ou factos”, não tendo mais comentários a fazer.
Em reação às escutas hoje divulgadas, os subscritores do manifesto que pede uma reforma da Justiça e critica a atuação do Ministério Público, nomeadamente na Operação Influencer, que levou à queda do Governo de António Costa, pediram hoje em comunicado “explicações do Ministério Público e da sua hierarquia, designadamente da procuradora-geral da República”, Lucília Gago.
Para os subscritores deste manifesto, a divulgação das escutas “é mais um momento, entre outros, de violação das regras básicas do Estado de Direito Democrático, com envolvimento e participação de responsáveis dos setores da justiça e da comunicação social, que deviam estar na primeira linha da sua defesa”, criticando não apenas a divulgação, mas a sua transcrição e o facto de ter sido considerado que têm “relevância criminal para um processo-crime em curso”.
A Lusa contactou Inês Arruda, advogada da ex-CEO da TAP, que não quis comentar.
O Chega vai propor a audição na Assembleia da República do ex-primeiro-ministro António Costa para dar explicações aos deputados na sequência de notícias de que terá dado indicação para o despedimento da ex-CEO da TAP.