Já passaram 20 anos desde que o último e icónico avião Concorde sobrevoou os céus de Bristol, retornando à sua cidade natal.

Multidões reuniram-se para testemunhar o último voo de sempre de um Concorde (matrícula G-BOAF), com o característico nariz do avião inclinado enquanto no momento da derradeira aterragem.

O Concorde significava tanto para tantas pessoas, desde os engenheiros e designers que trabalharam para criar um avião capaz de voar em velocidade supersónica, até aos pilotos e comissários de bordo que passaram inúmeras horas a bordo, sem esquecer dos milhares de passageiros que brindaram com champanhe enquanto cruzavam os céus.

O primeiro voo comercial da aeronave ocorreu em 21 de janeiro de 1976 e o seu último voo de sempre ocorreu a 26 de novembro de 2003. O último voo comercial realizara-se um mês antes, a 24 de outubro, entre Nova Iorque e Londres.

Em 25 de julho de 2000, o voo AF4590 da Air France despenhou-se pouco depois da descolagem, resultando na morte de todos os 109 ocupantes a bordo e de quatro pessoas em terra. Esse foi o único incidente fatal envolvendo um Concorde.

Os investigadores posteriormente descobriram que um dos pneus do Concorde atingiu um pequeno pedaço de chapa metálica que havia caído duma aeronave que tinha descolado cinco minutos antes.

As operações comerciais nunca se recuperaram totalmente da publicidade negativa após o acidente, e as preocupações com poluição e ruído no solo contribuíram para a decisão conjunta franco-britânica de encerrar os voos do Concorde em 2003.

A mítica aeronave visitou em poucas ocasiões o Aeroporto de Lisboa. A Aviação TV teve oportunidade de registar em 1999 (na altura em cassete) um desses voos com passagem na cidade de Lisboa.

Concebido por um consórcio que unia franceses e ingleses, que procurava combater durante a Guerra Fria o Boeing 2707 e o Lockheed L-2000 dos EUA, que nunca chegaram à operação comercial e os soviéticos (que já tinham construído o Tupolev Tu-144), o Concorde foi o primeiro avião comercial a atingir a velocidade do som (Mach 1, aproximadamente 1100 km/h) , a 1 de outubro de 1969. A 4 de novembro de 1970, atingia Mach 2 (perto de 2200 km/h), duas vezes a velocidade do som e permitia ligar Paris a Nova Iorque em cerca de três horas.

Uma aeronave que foi um verdadeiro prodígio tecnológico e que deixou para sempre os céus há precisamente duas décadas.