A empresa de turismo de helicópteros envolvida no trágico acidente que causou a morte de seis pessoas, incluindo três crianças, suspendeu as suas operações, conforme anúncio da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA). A investigação sobre as condições de segurança da empresa está em andamento.
Na sequência do acidente mortal ocorrido na última quinta-feira, 10 de abril de 2025, no Rio Hudson, em Nova Iorque, a FAA determinou a suspensão imediata das operações da New York Helicopter Tours, empresa responsável pelo voo. O helicóptero que realizava um passeio turístico caiu nas águas do rio, resultando na morte de todos os ocupantes, incluindo Agustín Escobar, sua esposa Mercè Camprubí Montal, e os três filhos menores, que se encontravam na cidade para celebrar o 40º aniversário de Camprubí.
O acidente foi descrito como uma tragédia devastadora, e o presidente da Câmara dos Representantes de Nova Iorque, Chuck Schumer, expressou preocupação sobre o histórico de segurança das empresas de helicópteros da cidade. Schumer apelou à revogação imediata do certificado de operação da empresa e instou as autoridades federais a reforçarem as inspeções de segurança em outras empresas do setor. “As companhias aéreas de helicópteros de Nova Iorque têm um histórico mortal”, afirmou Schumer, destacando que a segurança pode ser comprometida em nome do lucro.
A investigação da National Transportation Safety Board (NTSB) está em curso, e as autoridades já enviaram uma equipa especializada para examinar os destroços e as condições de manutenção do helicóptero acidentado. A FAA, por sua vez, iniciou uma revisão rigorosa da licença da empresa e das suas práticas de segurança, um passo necessário após o segundo acidente investigado envolvendo a New York Helicopter Tours. Em 2013, a empresa foi investigada por um incidente em que um helicóptero teve uma falha no motor, sendo forçado a aterrar de emergência no Rio Hudson.
Além disso, em 2015, um piloto da mesma empresa teve de aterrar de emergência em Nova Jersey devido a possíveis falhas estruturais no helicóptero. O facto de a empresa ter estado envolvida em vários incidentes ao longo dos anos levanta questões sobre as suas práticas de manutenção e segurança.
O CEO da empresa, Michael Roth, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as alegações de Schumer e a suspensão das operações. No entanto, em declarações anteriores, expressou o seu pesar pela tragédia, afirmando que, como pai e avô, se sentia devastado pela perda de vidas.
A investigação também revelou que o helicóptero não estava equipado com dispositivos de gravação de dados de voo, o que torna mais difícil determinar as causas exatas do acidente. Os mergulhadores continuam a procurar o rotor principal e a caixa de engrenagens do helicóptero, partes cruciais que podem fornecer informações valiosas sobre o incidente.
O acidente é mais um capítulo triste no histórico de acidentes com helicópteros turísticos em Nova Iorque, uma cidade conhecida pela popularidade dos passeios aéreos. Desde 1977, pelo menos 32 pessoas perderam a vida em acidentes de helicóptero na região, sendo o acidente de 2018, que matou cinco pessoas, um dos mais marcantes, levando a FAA a impor regras mais rigorosas para esse tipo de voo.
Este trágico acidente levanta questões sobre a necessidade de uma reavaliação das políticas de segurança e das regulamentações que governam as empresas de turismo aéreo, e destaca a importância de garantir que as empresas cumpram rigorosamente os padrões de segurança para evitar futuras tragédias.
Enquanto as investigações continuam, o debate sobre a segurança dos passeios de helicóptero em Nova Iorque ganha força, com políticos e autoridades a exigir mudanças no setor para evitar que tragédias como esta se repitam. A comunidade de operadores de helicópteros, por sua vez, expressa luto pela perda, mas também defende que é necessário esperar pelos resultados das investigações antes de tomar ações legislativas drásticas.