A paralisação de duas horas por turno dos trabalhadores da unidade da Airbus Atlantic Portugal, localizada em Santo Tirso, no distrito do Porto, registou hoje uma adesão que variou entre os 90% e os 100%.
Miguel Ângelo Pinto, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE Norte) e membro do secretariado nacional da Fiequimetal, indicou que “tudo aponta para que a fábrica tenha estado praticamente parada, com uma adesão muito próxima da totalidade dos trabalhadores”.
A greve decorreu em dois períodos distintos, entre as 13h00 e as 17h00, tendo sido acompanhada por uma manifestação nas imediações da unidade fabril, situada na Zona Industrial da Ermida. Os trabalhadores empunharam faixas e entoaram palavras de ordem exigindo aumentos salariais equitativos para todos os profissionais.
De acordo com o pré-aviso de greve, os trabalhadores reivindicam também que a administração da empresa — filial portuguesa da multinacional europeia sediada em Toulouse, França — avance para a negociação do respetivo Caderno Reivindicativo.
Miguel Ângelo Pinto sublinhou que os colaboradores da unidade de Santo Tirso desempenham funções altamente especializadas, o que os obriga inclusive a assinar termos de responsabilidade válidos por um período de dez anos, dada a sensibilidade das tarefas relacionadas com a montagem de componentes aeronáuticos.
O dirigente sindical referiu ainda que os trabalhadores aguardam há cerca de dois meses por uma resposta formal da entidade patronal. “O que os trabalhadores pretendem é ser ouvidos. Estamos sempre disponíveis para o diálogo e nunca fechámos a porta a uma negociação”, afirmou o dirigente.