Os trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce) vão estar em greve entre as 00:00 do dia 22 de dezembro e as 24:00 de 26 de dezembro, segundo o pré-aviso emitido pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA).
Na origem da greve estão reivindicações sobre melhores condições salariais e de trabalho, nomeadamente a falta de transportes que faz com que os trabalhadores se desloquem para o trabalho horas antes do início do turno.
Em comunicado, o SIMA contesta também as declarações do vice-presidente da Menzies Aviation Portugal, Rui Gomes, numa recente audição no parlamento, a pedido do partido Chega, sobre o funcionamento e a segurança nos aeroportos.
Manifestando “estupefação e repulsa” pelas declarações do gestor, o SIMA considera que as mesmas revelam “absoluto desconhecimento da realidade operacional atual”.
A greve convocada pelo SIMA será diferente da realizada no verão, pois vai decorrer em moldes de duas horas nas entradas e/ou saídas dos vários turnos que ocorram durante o período consignado.
Desta forma, refere o comunicado, a paralisação será menos penalizadora para os trabalhadores, já que os subsídios de refeição, transporte e tomadas de refeição “terão a sua integridade intacta”.
Em declarações à Lusa, Carlos d’Oliveira, da direção do SIMA, referiu que dois sindicatos do setor já lhe comunicaram que vão associar-se a esta greve e insistiu nas críticas ao facto de haver trabalhadores da Menzies Portugal com vencimento base inferior ao salário mínimo nacional.
Além de exigir o fim destas situações, o SIMA reivindica também a revisão e atualização da tabela salarial e contesta o fim do parque de estacionamento gratuito para os trabalhadores, bem como a falta de condições dos trabalhadores que se deslocam de transportes.
No dia da audição do vice-presidente da Menzies Aviation Portugal foi também chamado ao parlamento o comandante Mário Chaves, administrador operacional da TAP (que é cliente e acionista da empresa de assistência em aeroportos Menzies).
Um dos temas abordados nas duas audições prendeu-se com os casos de trabalhadores do serviço de assistência em terra (‘handling’) que iniciam o turno às 04:00, mas, face à inexistência de transporte público àquela hora, deslocam-se para o aeroporto nos últimos transportes disponíveis, entre as 00:00 e a 01:00, onde ficam a aguardar a entrada ao serviço.