A companhia aérea brasileira Azul, fundada por David Neeleman, ex-acionista da TAP através do consórcio ‘Atlantic Gateway’, quer garantias adicionais para empréstimo que fez à TAP SGPS em 2016. Já avisou os interessados na privatização que romperá acordo no Brasil se dívida não for saldada.

A notícia foi avançada pelo ECO, que dá relevo ao facto de que “a elevada quota de mercado da TAP nas ligações entre a Europa e o Brasil é o ativo mais cobiçado pelos interessados numa futura privatização”. A brasileira Azul veio na segunda-feira, dia 30 de setembro, ameaçar romper o acordo com a transportadora portuguesa, que ajuda a angariar passageiros para os voos da TAP, caso não seja paga uma dívida da SGPS ou adicionadas novas garantias.

A ameaça foi deixada pelo CEO da Azul, John Rodgerson, em entrevista à CNN Portugal, que já avisou os interessados na venda da TAP: Lufthansa, IAG e Air France – KLM. “Falámos com todos. É nosso papel, porque eles também querem saber se o acordo com a Azul vai continuar? E eu digo, depende, depende dessa dívida”, afirmou o gestor.

A dívida foi contraída em 2016, após a privatização que colocou 61% da TAP nas mãos da ‘Atlantic Gateway’, de Humberto Pedrosa e David Neeleman. Este último era também o principal acionista e presidente da Azul, tendo avançado com um empréstimo acionista convertível em ações, no valor de 90 milhões de euros, para capitalizar a TAP SGPS. No final de 2023, incluindo os juros, o montante em dívida à Azul já somava 160 milhões. Até à data de reembolso, em 2026, serão 198 milhões.