Passam hoje 28 anos sobre o fatídico acidente do voo TWA 800.
No noite de 17 de Julho de 1996, o vôo TWA 800 estava escalado para mais uma viagem pelo Atlântico em direcção à Europa. O vôo ligava o aeroporto Jonh F. Kennedy ao aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma e tinha um ‘stopover’ no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
O avião escalado pela extinta TWA – Trans World Airlines era o Boeing 747-131, com registo N93119 e número de série (SN) 20083.
O avião tinha feito o seu primeiro voo a 18 de Agosto de 1971 e fazia parte de uma encomenda da Eastern Air lines. Após a companhia ter cancelado a encomenda, a TWA recebeu o avião.
Foi entregue a 27 de Outubro do mesmo ano. Tinha 4 motores Pratt & Whitney JT9D-7AH e, de acordo com a TWA na altura do acidente, a aeronave tinha um total de 93303 horas de vôo.
No dia do acidente, o avião tinha chegado ao aeroporto JFK às 16:38 proveniente do aeroporto de Ellinikon, em Atenas (TWA 881).
O avião foi reabastecido e houve a troca de tripulação. Para o voo TWA800 estava escalada uma experiente tripulação ao serviço da empresa: o Comandante Ralph G. Kevorkian, o Comandante e line checker Airman Steven E. Snyder, pelo Engenheiro de voo e line checker Richard G. Campbell e pelo Engenheiro de voo (em treino) Oliver Krick. Este último estava a realizar o 6º voo de treino.
A manutenção de linha da TWA bloqueou o ‘reverse’ do motor 3 devido a problemas técnicos nos sensores após a aterragem em JFK proveniente de Atenas. Foi despachado como ‘minimum equipment list’.
Durante o reabastecimento do avião, um fusível do controlo VSO (volumetric shutoff) disparou. Este sistema que permite basicamente à tripulação bombear, regular e enviar o combustível para o APU e para o sistema de propulsão a uma mesma pressão, foi eliminado por um mecânico da TWA.
A ação ignorada por parte do mecânico foi, para a NTSB, uma ação fatal.
Na noite de 17 de Julho de 1996, pelas 19 horas o voo estava pronto para partir. Após ter sido reabastecido, e ter havido este episódio, o voo foi atrasado para as 20:02 após reconciliação de bagagem.
Às 20:04, o 747 saiu da Gate 27 tendo arrancado motores.
Devido ao problema com o ‘reverse, a tripulação arrancou os motores 1,2 e 4. O motor 3 foi ligado 10 minutos depois.
A descolagem decorreu sem problemas. Após ter recebido do controlo de Boston a ordem para subir altitude para 15000 ft(4600m), pelas 20:31 deixou de haver contacto.
O Boeing 747 da TWA tinha acabo de explodir junto das Ilhas Morices, na Costa do Estado de Nova Iorque.
Todos os 212 passageiros e 18 tripulantes morreram. Haviam a bordo muitos empregados a deslocarem-se para Roma para realizar o voo de regresso.
230 mortos no total.
O relatório final, divulgado quatro anos depois do acidente pela NTSB, concluiu que a causa provável do acidente foi uma explosão dentro de um dos tanques de combustível da asa esquerda. O relatório concluiu que o mais provável é que tenha ocorrido um curto-circuito externo ao tanque, provocando uma tensão elétrica excessiva num dos circuitos do sistema de indicação da quantidade de combustível. Testes após o acidente constataram que esses sistemas chegavam aos 180ºC. Isso fazia com que parte do combustível se fosse evaporando.
O relatório concluiu, também, que houveram falhas de segurança e manutenção. Durante a investigação veio a saber-se que o avião tinha tido diversos problemas relacionados com o VSO.
As peças recuperadas do Oceano permitiram a reconstrução parcial do avião.
Soube-se recentemente que o NTSB, com aval do FBI, vai destruir todas as peças do avião. A investigação está encerrada.
Fonte: NTSB e TWA
Fotos: NTSB e Burmarrad(JetPhotos)