Um antigo funcionário da Spirit AeroSystems, cujo contrato foi terminado há um ano, faleceu esta terça-feira, 30 de abril. O funcionário tinha levantado preocupações sobre alegadas falhas na produção do Boeing 737 MAX por parte da empresa fornecedora da Boeing, antes do fim do vínculo laboral

Conforme relatado pelo Seattle Times, Joshua Dean, de 45 anos, conhecido por seu estilo de vida saudável, foi vítima de uma infecção por uma bactéria altamente resistente a antibióticos. Essa infecção resultou numa pneumonia e um derrame cerebral, levando a duas semanas de hospitalização.

Dean havia testemunhado num processo movido pelos acionistas da Spirit e também havia apresentado uma queixa à Agência Federal de Aviação (FAA), alegando má conduta por parte dos gestores de qualidade na linha de produção do Boeing 737 MAX na empresa fornecedora.

É importante mencionar que, em março, outro ex-funcionário da Boeing foi encontrado morto pouco tempo depois de testemunhar sobre problemas de qualidade nos processos de produção do Boeing 787.

John Barnett, de 62 anos, foi descoberto sem vida dentro do seu veículo.

Recentemente, existiram relatos de que a FAA está investigar as alegações feitas por um ex-engenheiro da Boeing sobre a fuselagem do B787 Dreamliner, que alegadamente foi montada de forma inadequada e pode apresentar risco de falha estrutural durante o voo.

De acordo com o New York Times, documentos consultados apontam para as preocupações levantadas por Sam Salehpour, o engenheiro em questão, enviados à Agência Federal de Aviação (FAA), em apoio às suas alegações.

A FAA confirmou estar investigar as alegações de Salehpour, que atribui o risco de falha estrutural dos 787 Dreamliner a mudanças feitas pela Boeing no processo de união das diferentes partes da fuselagem.

A Boeing está a enfrentar uma crise significativa devido a sérios problemas de qualidade nos seus modelos Boeing 737 MAX. A empresa negou ao jornal que as mudanças de produção tenham afetado negativamente a segurança do B787 Dreamliner.

As acusações de Salehpour e as novas investigações da FAA somam-se a outras já em curso sobre os processos de produção do B737 MAX.

No final de março, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, que havia sido nomeado em 2020 para corrigir os problemas, anunciou que deixaria o cargo no final do ano, após uma série de incidentes, especialmente com o B737 MAX.

O incidente mais grave ocorreu em janeiro deste ano, quando um painel da fuselagem substituto de uma porta de emergência num Boeing 737 Max-9 da Alaska Airlines se soltou pouco depois da descolagem.

Esse incidente desencadeou uma série de novas investigações sobre as operações da Boeing pela FAA, revelando sérias irregularidades e levando à suspensão temporária das operações de modelos semelhantes até novas inspeções.