Sir Tim Clark, presidente da Emirates, teceu críticas à empresa norte-americana, referindo-se à rápida despressurização durante o voo da Alaska Airlines como “mais um exemplo” dos desafios de longa data enfrentados pela Boeing.

Sendo um respeitado líder na indústria da aviação, Tim Clark expressou preocupação sobre os persistentes problemas de controle de qualidade na Boeing, salientando que a empresa tem lidado com essas questões por um período considerável.

Em entrevista à Bloomberg esta semana, o executivo referiu que “a Boeing tem enfrentado problemas de controle de qualidade por um longo período de tempo, e este episódio é apenas mais uma manifestação disso.” Apesar das críticas, Clark reconheceu os esforços da Boeing para superar esses desafios, mas enfatizou a situação atual desfavorável.

Os investigadores ainda não determinaram a causa do acidente, embora o National Transport Safety Board (NTSB) tenha indicado que uma falha de projeto provavelmente não deverá estar entre a fonte do problema. A possibilidade de uma instalação inadequada ou fabricação fora das especificações da porta que selava a saída de emergência está a ser considerada como uma potencial causa.

É relevante observar que, apesar das críticas recentes, a Boeing não enfrenta somente desafios, mas também celebra conquistas. Durante o Dubai Air Show, conforme relatado na reportagem da Aviação TV nos Emirados Árabes Unidos, a construtora recebeu uma importante pedido de novas aeronaves Boeing 777X e 787 Dreamliner, avaliado em 52 mil milhões de dólares a valores de tabela. Na altura, estas encomendas representaram uma vitória significativa sobre o principal concorrente, a Airbus.

A escolha da Emirates pela Boeing em vez da Airbus durante o evento foi atribuída à insatisfação de Tim Clark com o desempenho dos motores Rolls-Royce XWB-97, que equipam as aeronaves Airbus A350-1000. Apesar das críticas anteriores de Clark ao trabalho da Boeing, a decisão de optar pela empresa norte-americana destaca que, apesar dos desafios, a confiança no desempenho e na qualidade das aeronaves ainda é mantida em alguns setores do mercado.

Um ponto crítico para a Boeing é o atraso significativo no Boeing 777X, programado para ser entregue no próximo ano, na melhor das hipóteses, devido a problemas de certificação. Em entrevista à Aviação TV, em setembro de 2023, o presidente da Emirates demonstrava descontentamento com o atraso e sinalizou reservas quanto ao cumprimento da nova meta estabelecida. Esse atraso pode mais uma vez ter um impacto negativo na reputação da empresa e suscitar dúvidas sobre a sua capacidade de cumprir prazos importantes.