As companhias aéreas norte-americanas United Airlines e JetBlue anunciaram, no dia 29 de maio, uma parceria comercial abrangente que irá resultar numa cooperação estreita entre ambas em várias áreas, com efeitos imediatos para os passageiros.

Um dos pontos mais visíveis deste acordo será a integração dos respetivos programas de fidelização. A partir de agora, os membros do programa MileagePlus da United Airlines poderão acumular e utilizar milhas em voos operados pela JetBlue a partir dos aeroportos de Nova Iorque e Boston. Por sua vez, os membros do TrueBlue, da JetBlue, poderão fazer o mesmo em voos operados pela United.

O acordo inclui ainda benefícios cruzados como embarque prioritário, acesso gratuito a lugares premium e possibilidade de alteração para voos no mesmo dia, incluindo listas de espera.

A colaboração estende-se também ao domínio digital. Os voos de ambas as companhias passarão a estar disponíveis nos websites e aplicações móveis de cada uma. A United passará ainda a vender pacotes de férias através da plataforma Paisly, da JetBlue, que agrega vários serviços de viagem. Esta medida irá substituir a anterior estrutura descentralizada da United para a oferta de serviços adicionais.

Por outro lado, a JetBlue passará a utilizar a tecnologia publicitária avançada Kinective Media, da United, que permite apresentar conteúdos, publicidade e ofertas personalizadas aos passageiros ao longo da sua jornada de viagem.

No plano operacional, as companhias trocarão faixas horárias (slots) nos seus respetivos hubs. A JetBlue cederá slots para até sete voos diários de ida e volta da United no aeroporto JFK, enquanto a United fará o mesmo com oito slots no aeroporto de Newark (EWR).

Esta parceria, embora agora oficializada, já era amplamente esperada no setor da aviação, especialmente após o fim da anterior aliança NEA entre a JetBlue e a American Airlines, anulada por decisão judicial em 2023 por questões de concorrência.

Desta vez, a JetBlue e a United evitaram aspetos mais controversos, como a coordenação de horários e preços, centrando-se antes em áreas como a fidelização de clientes e a inovação tecnológica, numa estratégia vista como menos suscetível a contestação regulatória.