Face a sucessivos atrasos da Boeing na entrega dos novos aviões presidenciais, o Presidente Donald Trump decidiu avançar com uma solução alternativa para garantir que um novo Boeing 747 esteja operacional até ao final do ano.

Segundo o The Wall Street Journal, Trump perdeu a paciência com a fabricante norte-americana e optou por recorrer à empresa de tecnologia L3Harris para transformar um antigo Boeing 747 do governo do Qatar numa versão provisória do Air Force One. O objectivo é dotar o aparelho de tecnologia avançada, compatível com as exigências de uma aeronave presidencial.

Durante o seu primeiro mandato, Trump encomendou dois novos Air Force One — oficialmente designados VC-25B — mas, em Fevereiro de 2025, um responsável da sua administração admitiu que os aparelhos poderiam não estar prontos antes de 2029. Tal cenário significaria que o actual presidente dos Estados Unidos nunca chegaria a utilizar os aviões encomendados.

O aparelho escolhido para este plano de contingência será submetido a um processo de modernização que inclui sistemas de navegação de última geração, capacidades defensivas e infraestruturas seguras para comunicações e reuniões de alto nível. No entanto, fontes citadas pelo jornal norte-americano referem que é pouco provável que este avião consiga cumprir todos os requisitos operacionais esperados de um Air Force One convencional.

A L3Harris, sediada na Florida, tem uma relação de longa data com a Boeing, fornecendo sistemas de missão e aviónicos para diversos projectos militares, como o treinador T-7A Red Hawk, o F-35 e o F/A-18 Hornet. Apesar disso, Trump deixou claro que não considera recorrer à Airbus para futuros aviões presidenciais, afirmando que, se necessário, poderia adquirir uma aeronave a outro país — mas nunca à fabricante europeia.

Em Julho de 2024, Ted Colbert, presidente da divisão de Defesa, Espaço e Segurança da Boeing, admitiu dificuldades causadas por problemas na cadeia de abastecimento, inflação e escassez de mão-de-obra especializada — factores que têm contribuído para o atraso na entrega dos novos VC-25B.

A solução agora em curso procura colmatar essas falhas com uma abordagem mais rápida, ainda que provisória, e garantir que o Presidente disponha de uma aeronave adequada à função até ao final de 2025.