O Grupo Lufthansa anunciou na terça-feira, 29 de abril, os resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre de 2025, revelando um aumento de receitas de 10% face ao período homólogo de 2024. O grupo europeu atingiu os 8,1 mil milhões de euros em receitas, contra 7,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano anterior, reforçando o tom otimista da administração para os restantes meses do ano.

Apesar de manter um prejuízo operacional ajustado (EBIT) de 722 milhões de euros, o resultado representa uma melhoria significativa face à perda de 849 milhões de euros registada no mesmo período de 2024. A margem EBIT ajustada passou de -11,5% para -8,9%. O fluxo de caixa operacional cresceu para 1,8 mil milhões de euros, enquanto o fluxo de caixa livre ajustado subiu para 835 milhões de euros, comparado com os 305 milhões de euros registados no ano anterior. A dívida líquida desceu para 5,3 mil milhões de euros, e as obrigações com pensões reduziram-se para 2,2 mil milhões de euros, com a liquidez total a atingir os 11,4 mil milhões de euros.

No segmento de transporte de passageiros, as receitas aumentaram 6%, para 5,9 mil milhões de euros, embora o resultado operacional ajustado das companhias aéreas de passageiros do grupo tenha registado um ligeiro recuo, com perdas de 934 milhões de euros (face a 918 milhões de euros em 2024). A companhia atribui parte deste desempenho ao desfasamento sazonal da Páscoa, que no ano passado ocorreu no primeiro trimestre, mas também destaca o impacto de custos estruturais, nomeadamente aumentos de tarifas em serviços de controlo de tráfego aéreo (+19%) e manutenção.

No entanto, a estabilidade operacional melhorou de forma expressiva. “O núcleo Lufthansa teve o melhor início de ano da última década”, referiu o grupo, destacando a redução em 20 mil reservas de hotel para passageiros afetados por irregularidades apenas no hub de Frankfurt. As compensações diretas por atrasos e cancelamentos diminuíram 52%, para 47 milhões e euros, graças a uma operação mais eficiente.

A capacidade aumentou quase 5% em comparação com o primeiro trimestre de 2024, e a taxa de ocupação média fixou-se em 78,7%. A procura por viagens aéreas continua a crescer globalmente, com destaque para as rotas transatlânticas. Entre janeiro e março, o número de passageiros para a América do Norte aumentou 7,1%, com os rendimentos médios por bilhete a subirem 6,7%. A procura no mercado dos EUA continua forte, com um aumento de 25% de passageiros embarcados para a Europa em março, comparando com o ano anterior.

Carsten Spohr, CEO do Grupo Lufthansa, declarou: “Estamos no caminho certo para um ano de crescimento, apesar das incertezas geopolíticas. O nosso desempenho operacional melhorou e conseguimos vender maior capacidade com melhores yields [rendimento das receitas]. Estamos confiantes de que 2025 será significativamente melhor do que 2024.”

Ainda assim, o grupo reconhece que a previsibilidade para o terceiro trimestre continua limitada, devido a incertezas macroeconómicas e tensões comerciais entre blocos económicos. Till Streichert, CFO da companhia, reforçou: “Estamos preparados para responder a riscos de mercado, mas também a aproveitar fatores positivos, como preços de combustível favoráveis e taxas de câmbio vantajosas.”

As perspetivas para o Verão de 2025 mantêm-se sólidas, com forte procura por destinos no Mediterrâneo — nomeadamente Espanha, Itália e Grécia — e estabilidade na procura por voos de longo curso. A administração do Grupo Lufthansa mantém a meta de alcançar um resultado anual significativamente superior ao de 2024.