O Grupo Lufthansa anunciou a sua maior receita de sempre em 2024, atingindo os 37,6 mil milhões de euros. Este marco representa uma conquista histórica para a empresa. O grupo aéreo também registou um lucro operacional (EBIT ajustado) de 1,6 mil milhões de euros no ano, com um desempenho forte no quarto trimestre, contribuindo com 468 milhões de euros — um aumento de 66 milhões de euros em comparação com o ano anterior.
No total, as companhias aéreas do Grupo Lufthansa transportaram 131 milhões de passageiros em 2024, o que representa um aumento de sete por cento em relação ao ano anterior. O fator de carga atingiu um recorde de 83,1%, com os meses de pico de julho e agosto a aproximarem-se dos 88%. Apesar do aumento de capacidade em toda a indústria ter levado a uma queda de 2,6% nos rendimentos médios, o crescimento da receita acelerou à medida que o ano avançava.
No entanto, a companhia aérea principal, Lufthansa Airlines, enfrentou dificuldades, com uma queda nos lucros de 948 milhões de euros, devido a atrasos nas entregas de aeronaves, aumento dos custos operacionais e pagamentos de compensação por perturbações nos voos. No entanto, outras companhias do grupo, incluindo a SWISS, Eurowings, Brussels Airlines e Austrian Airlines, demonstraram um desempenho forte, com a Brussels Airlines a registar o seu maior lucro de sempre, 60 milhões de euros.
O CEO Carsten Spohr descreveu 2024 como um ano marcado por duas metades distintas, em que os desafios iniciais, incluindo greves e atrasos, foram contrabalançados pelo aumento da receita na segunda metade do ano. Ele destacou os esforços contínuos de transformação, afirmando: “2025 será um ano de transformação para nós, com um objetivo claro: consolidar ainda mais a nossa posição como líder global fora dos Estados Unidos.”
Para melhorar a eficiência e reduzir custos, a Lufthansa continua o seu programa de recuperação, com foco na estabilidade operacional e no aumento da produtividade. Os primeiros resultados de 2025 indicam maior pontualidade, juntamente com a criação estratégica da City Airlines para operações de curto curso.
A integração da ITA Airways no Grupo Lufthansa está a avançar rapidamente, com a plena integração prevista para dentro de 18 meses. A partir do início do horário de verão, as operações da ITA Airways serão transferidas para Munique e Frankfurt, o que irá aumentar a conectividade dentro do grupo.
A Lufthansa Technik aproveitou a crescente procura por serviços de manutenção, reparação e revisão (MRO), garantindo novos contratos no valor de 7,5 mil milhões de euros. A empresa registou um EBIT ajustado de 635 milhões de euros e planeia abrir uma nova instalação em Portugal até 2027, criando 700 novos postos de trabalho.
A Lufthansa Cargo também viu uma recuperação constante no mercado de carga aérea, reportando um lucro operacional de 251 milhões de euros, em comparação com os 219 milhões de euros do ano anterior. O crescimento foi impulsionado particularmente pelo setor de e-commerce na Ásia, permitindo à empresa transferir capacidades de carga de forma estratégica, da região do Atlântico Norte para a região Ásia-Pacífico.
A posição financeira do Grupo Lufthansa continua robusta, com liquidez a aumentar para 11,0 mil milhões de euros no final do ano. Apesar dos investimentos significativos na modernização da frota, a empresa manteve os níveis de dívida líquida estáveis em 5,7 mil milhões de euros.
O Conselho Executivo e o Conselho de Supervisão propuseram um dividendo de 0,30 euros por ação na Assembleia Geral Anual em maio de 2025, mantendo o mesmo valor do ano anterior.
O Grupo Lufthansa prevê uma procura robusta por viagens aéreas em 2025, com um aumento de 4% na capacidade de lugares. O grupo aéreo também planeia receber uma nova aeronave a cada duas semanas, como parte da maior modernização de frota da sua história.
Além disso, será implementada uma nova estratégia de marca guarda-chuva para criar sinergias entre as marcas dentro do Grupo Lufthansa, tornando as ligações entre as companhias aéreas mais simples para os passageiros.
O Diretor Financeiro, Till Streichert, destacou que, embora 2025 seja um ano de transição, a empresa antecipa um aumento significativo no EBIT ajustado em comparação com 2024. Com melhorias na eficiência da frota, aperfeiçoamentos operacionais e expansões estratégicas, o Grupo Lufthansa está a posicionar-se para uma rentabilidade e crescimento sustentados nos próximos anos.