A Ryanair criticou veementemente a proposta do governo belga de aumentar a taxa de aviação para passageiros em partida para 5€, classificando-a como um aumento excessivo de 150% que prejudicará a conectividade, o turismo e o emprego. A companhia aérea argumenta que o Aeroporto de Bruxelas já enfrenta custos elevados, tendo aumentado as suas tarifas em mais de 20% desde a pandemia de COVID-19, alertando que uma nova carga fiscal irá enfraquecer ainda mais a sua competitividade. Ao contrário da Suécia, Hungria e Itália – onde as taxas de aviação estão a ser reduzidas ou eliminadas – a decisão da Bélgica arrisca desencorajar as viagens aéreas e travar o crescimento económico.
A transportadora aérea irlandesa de baixo custo questionou ainda a justificação ambiental apresentada pelo governo para o aumento da taxa, sublinhando que, enquanto os passageiros comuns enfrentarão custos mais elevados, a taxa sobre jactos privados e voos de ligação será reduzida de 10€ para 5€ por passageiro. A Ryanair alega que esta política favorece os viajantes mais abastados e ignora as emissões per capita mais elevadas da aviação privada. A companhia acusa o governo belga de usar preocupações ambientais como pretexto para gerar mais de 70 milhões de euros em receitas com esta taxa, quase duplicando os 42 milhões arrecadados em 2024.
A Ryanair apelou ao futuro governo liderado por De Wever para abandonar o aumento da taxa e, em vez disso, transferir o ónus para os voos privados e de ligação, que considera ser os maiores poluidores. Com o Aeroporto de Bruxelas ainda aquém dos números de passageiros registados antes da pandemia, a Ryanair alerta que taxas mais elevadas poderão prejudicar ainda mais o setor da aviação na Bélgica, num momento em que outros países europeus estão a reduzir custos para estimular o tráfego aéreo.