O governo trabalhista do Reino Unido deu, na quarta-feira, 29 de janeiro, luz verde política à construção de uma terceira pista no Aeroporto de Heathrow, o maior da Europa em termos de tráfego de passageiros, com o objetivo de impulsionar o crescimento económico do país.
A ministra das Finanças, Rachel Reeves, destacou num discurso que Heathrow, onde o grupo espanhol Ferrovial detém uma participação de 5,25%, desempenha um papel crucial tanto para os negócios como para o turismo no Reino Unido.
Com este apoio governamental, a ‘Heathrow Airport Holdings Limited’ poderá formalizar uma nova proposta de expansão, após projetos anteriores terem sido rejeitados devido a oposição por parte da comunidade local e ações judiciais, apesar de contarem com respaldo político.
Reeves incentivou os interessados a apresentarem a sua proposta antes do verão, que será posteriormente avaliada para garantir a viabilidade económica e o alinhamento com as metas climáticas. A ministra sublinhou ainda a importância de Heathrow para a “conectividade e abertura” do país, recordando que não se construiu nenhuma nova pista em aeroportos britânicos desde os anos 1940.
Especialistas alertaram que, mesmo que o projeto consiga superar possíveis obstáculos legais colocados por grupos ambientalistas, a construção poderá sofrer atrasos significativos. Além de Heathrow, o governo deverá anunciar, até 27 de fevereiro e 3 de abril, decisões sobre as propostas de expansão dos aeroportos de Gatwick e Luton, que também servem a região de Londres.
Durante o discurso em Oxfordshire, Reeves apresentou outras medidas para fomentar o crescimento económico, que se mantém estagnado em cerca de 0,1%, num cenário marcado pelo receio de estagflação.
Em 2020, enquanto membro da oposição, o atual primeiro-ministro, Keir Starmer, votou contra a expansão de Heathrow. “Não há desafio mais importante do que a crise climática. Por isso votei contra a expansão de Heathrow”, escreveu na rede social X, à época deputado trabalhista.
A ministra destacou ainda a reativação do “Corredor de Crescimento Oxford-Cambridge”, um projeto inicialmente concebido em 2003 e posteriormente abandonado. Este corredor deverá contribuir com cerca de 78 mil milhões de libras (aproximadamente 92,9 mil milhões de euros) para a economia até 2035.
O plano prevê também a construção de cerca de 4.500 habitações nos arredores de Cambridge e um investimento de 7,9 mil milhões de libras (9,42 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos para melhorar infraestruturas de abastecimento de água, incluindo a construção de nove novos reservatórios.