A Agência Europeia de Segurança da Aviação (EASA) informou que a decisão regulatória sobre a implementação de operações comerciais com tripulação reduzida foi adiada, com previsão de conclusão apenas no final desta década.
O processo teve início no final de 2023, quando a EASA divulgou termos de referência para a introdução de operações com tripulação mínima, conhecidas como eMCO (Extended Minimum Crew Operations).
Este conceito apresenta uma visão em que os avanços tecnológicos possibilitariam que apenas um piloto no cockpit durante fases menos críticas do voo, como a etapa de cruzeiro. O plano inicial da EASA previa uma consulta pública em 2025 e uma decisão final para 2027, mas a revisão mais recente adiou a consulta e estipulou 2030 como o novo prazo para a conclusão do processo.
A atualização divulgada em 21 de janeiro expande consideravelmente as diretrizes regulatórias. Ao contrário da proposta inicial, que previa apenas ajustes no quadro normativo atual para viabilizar o eMCO de forma segura, a versão revista define um conjunto mais detalhado de normas destinadas à integração de “tecnologias avançadas de cockpit” ou “cockpits inteligentes”.
Essas tecnologias têm o objetivo de diminuir a carga de trabalho dos pilotos, melhorar a tomada de decisões e incorporar sistemas avançados de monitorização, como vigilância da atenção da tripulação, detecção de incapacidades e mitigação de ameaças. A EASA ressaltou que a adoção dessas inovações ocorrerá de forma gradual, acompanhada por rigorosos testes operacionais.
A agência também mencionou que “condições especiais” estão sendo desenvolvidas para garantir que essas tecnologias sejam integradas de maneira segura às operações existentes.
Além disso, a EASA analisará as alterações necessárias na automação do cockpit, nos procedimentos operacionais e na coordenação entre tripulantes, a fim de maximizar os benefícios proporcionados por essas inovações.
A organização destacou o compromisso em avaliar os impactos regulatórios das novas tecnologias, considerando as implicações sobre as práticas de segurança atuais e as “barreiras de proteção” oferecidas pelas operações com múltiplos pilotos.
Está prevista a apresentação de um novo quadro regulatório para assegurar a incorporação segura dos cockpits inteligentes nas operações comerciais, reforçando a necessidade de uma análise aprofundada da interação entre humanos e sistemas tecnológicos.
Como parte deste processo, a EASA pretende publicar, ainda este ano, um relatório final sobre a avaliação das operações eMCO e com piloto único, um estudo iniciado em 2021. Esta revisão representa um marco na adaptação da aviação aos avanços tecnológicos, mantendo o foco na segurança e na eficiência operacional.