Christine Ourmières-Widener, a ex-presidente executiva da TAP afastada após a controvérsia em torno da indemnização paga a Alexandra Reis, deixou também os cargos de liderança na Air Caraïbes e na French Bee. Um ano e meio depois de assumir estas funções, a gestora francesa e o Grupo Dubreuil decidiram encerrar a colaboração.

“O Grupo Dubreuil e Christine Ourmières-Widener decidiram seguir caminhos separados”, refere um comunicado do grupo francês, citado pela imprensa francófona. A saída foi acordada entre a gestora e o proprietário das duas companhias aéreas.

Segundo o comunicado, Ourmières-Widener deixou as funções a 21 de janeiro, com efeitos imediatos, sendo substituída interinamente por Paul-Henri Dubreuil, presidente e CEO do Grupo Dubreuil e do Groupe Dubreuil Aéro.

A decisão confirma os rumores recentes sobre tensões entre a gestora e Paul-Henri Dubreuil, que assumiu a liderança executiva do grupo após suceder ao pai, Jean-Paul Dubreuil.

Christine Ourmières-Widener foi contratada para gerir as duas companhias aéreas pouco mais de três meses após a sua saída da TAP. Durante o período em que esteve à frente da transportadora portuguesa, a empresa atingiu resultados líquidos positivos três anos antes do previsto no plano de reestruturação aprovado por Bruxelas.

No entanto, a gestora foi demitida da TAP por justa causa em março de 2023, na sequência do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que considerou ilegal o pagamento de 500 mil euros a Alexandra Reis por não respeitar as regras do Estatuto do Gestor Público.

Christine Ourmières-Widener contestou a decisão de despedimento e deu entrada com um processo no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, exigindo uma indemnização de 5,9 milhões de euros. Até ao momento, o processo ainda não teve início.