A ANA – Aeroportos de Portugal divulgou recentemente o seu estudo preliminar sobre a construção do futuro Aeroporto Luís de Camões, planeado para ser construído no Campo de Tiro de Alcochete. Segundo o relatório, o projeto terá um custo estimado de 8,5 mil milhões de euros, com a abertura prevista entre o final de 2036 e meados de 2037.

O prazo estimado para a construção do aeroporto é de aproximadamente seis anos. No entanto, a ANA considera que, com a implementação de medidas para otimizar o cronograma, a inauguração poderá ocorrer até ao final de 2036.

Para garantir a viabilidade económica e o retorno do investimento, sem recorrer a financiamento público, a ANA propõe um aumento gradual das taxas aeroportuárias no Aeroporto de Lisboa, a ser implementado entre 2026 e 2030. O objetivo é atingir, até 2030, uma receita regulada por passageiro de 23,37 euros em valores reais. Adicionalmente, a empresa sugere prolongar a concessão dos aeroportos nacionais por mais 30 anos, até 2092, para permitir a amortização dos custos associados ao novo aeroporto.

O futuro Aeroporto Luís de Camões deverá ter, na sua fase inicial, capacidade para atender 45 milhões de passageiros por ano, superando os 35,1 milhões registados pelo Aeroporto Humberto Delgado em 2024. As previsões indicam que, até 2062, o novo aeroporto poderá acolher 52 milhões de passageiros anualmente. A infraestrutura ocupará cerca de 2.500 hectares, uma área mais de cinco vezes superior à do aeroporto atual.

O Governo já notificou formalmente a ANA para que avance com a candidatura oficial do projeto, estipulando um prazo máximo de três anos para a sua submissão. O executivo manifestou a intenção de efectuar uma revisão do modelo financeiro, incluindo aspetos como o aumento das taxas aeroportuárias, a extensão do período de concessão e a divisão de riscos. Além disso, está aberto a discutir possíveis ajustes nas especificações do projeto, com o objetivo de reduzir o custo global apresentado pela ANA.

Foto: André Kosters