Os custos relacionados com os estudos e a execução do projeto poderão ser financiados através de um aumento das taxas aeroportuárias atualmente cobradas no Aeroporto Humberto Delgado.

A proposta foi apresentada pela ANA – Aeroportos de Portugal, que sugere uma subida anual dessas taxas entre 2026 e 2030. O ajuste seria calculado com base na inflação da União Europeia, acrescido de uma taxa adicional de 9,8%.

Este aumento representaria um acréscimo de 50% face aos valores atuais, elevando a receita regulada por passageiro terminal para 23,37 euros até 2030.

Na última sexta-feira, o relatório preliminar, elaborado pela concessionária do grupo Vinci e submetido ao Governo em dezembro, foi divulgado. O documento admite que a medida poderá influenciar a procura pelo Aeroporto Humberto Delgado, mas ressalta que os preços continuariam alinhados com os praticados em outros aeroportos europeus.

O Governo já havia declarado que não usará fundos públicos para financiar o novo aeroporto. Assim, a proposta da ANA prevê que os custos sejam suportados pelos utilizadores, permitindo a amortização do investimento.

No relatório, a concessionária defende a necessidade de implementar o aumento das taxas o mais cedo possível, com o objetivo de financiar e recuperar o investimento estimado em 8,5 mil milhões de euros para a construção do novo aeroporto, designado Luís de Camões.

A Vinci pretende ainda consultar os utilizadores e admite que seja possível otimizar o projeto, o que poderia reduzir o valor do investimento e, consequentemente, limitar o aumento das taxas.