A investigação sobre o acidente da Jeju Air no mês passado em Muan, na Coreia do Sul, que resultou na morte de 179 pessoas, enfrenta um grande obstáculo: as caixas negras do avião pararam de gravar quatro minutos antes do impacto. Tanto o gravador de dados de voo (FDR) quanto o gravador de voz do cockpit (CVR) não registaram os momentos finais, durante os quais a aeronave aterrou de emergência, ultrapassou a pista e colidiu com um talude.
O FDR, que ficou danificado, foi enviado para os Estados Unidos para análise. A falha prematura de ambos os dispositivos é considerada rara, levando especialistas a especular sobre uma perda total de energia.
O voo 7C2216 da Jeju Air tentou um “go-around” de emergência após avisos de atividade de aves, mas executou uma volta brusca e acabou por aterrar com o trem de aterragem recolhido, culminando no trágico desfecho. Entre as 179 vítimas mortais, encontravam-se dois cidadãos tailandeses; os restantes eram sul-coreanos.
As autoridades estão a investigar possíveis falhas no trem de aterragem, bem como a analisar os registos de manutenção e a atuação do operador do aeroporto.
As famílias das vítimas pediram uma supervisão independente da investigação. Entretanto, laboratórios na Coreia do Sul e nos Estados Unidos estão a analisar os dados limitados disponíveis para tentar esclarecer as causas do acidente, que permanece envolto em mistério, agravando a dor dos familiares.