Investigadores da Força Aérea Brasileira (FAB) estão a trabalhar em conjunto com especialistas de três países para analisar os dados do avião Embraer 190 operado pela Azerbaijan Airlines, que se despenhou em dezembro, no Cazaquistão, resultando na morte de 38 pessoas.
As autoridades do Azerbaijão afirmam que a aeronave foi abatida acidentalmente pela Rússia. Após o acidente, as caixas-negras do avião foram recuperadas e enviadas ao Brasil como parte da investigação.
O voo tinha origem em Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, no Cáucaso do Norte. A aeronave foi desviada e caiu enquanto tentava aterrar nas proximidades da cidade de Aktau. Dos ocupantes a bordo, 29 sobreviveram.
A FAB informou, num comunicado divulgado na noite de quinta-feira, 2 de janeiro, que nove investigadores estrangeiros estão reunidos com peritos brasileiros no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, em Brasília. O objetivo é trabalhar na análise dos dados extraídos dos equipamentos do avião e de outras ferramentas relevantes.
“O processo de extração, aquisição e validação dos dados contidos nos gravadores de voo será concluído o mais rapidamente possível. Toda a análise e as conclusões, a serem divulgadas no Relatório Final da investigação, são da responsabilidade exclusiva da Autoridade de Investigação do Cazaquistão, em conformidade com o Anexo 13 da Convenção sobre Aviação Civil Internacional”, destacou a FAB.
O grupo de trabalho inclui três investigadores do Cazaquistão, enquanto os restantes seis provêm do Azerbaijão e da Rússia. Entre os dados a serem analisados estão as gravações de voz da cabina e os registos de dados de voo.
Após o acidente, o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou, em entrevista à agência de notícias Azertag, que o avião teria sido atingido por disparos provenientes da Rússia. Aliyev também acusou Moscovo de tentar ocultar informações sobre o caso.