A empresa de handling Portway e quatro sindicatos (Sindav, STHAA, Sitava e Simamevip) não chegaram a um acordo durante a reunião realizada na terça-feira, 17 de dezembro. Assim, mantém-se a greve convocada pelas organizações sindicais para o período de Natal e Ano Novo.

Num comunicado emitido na quarta-feira, 18 de dezembro, a Portway afirmou ter aguardado discretamente na esperança de que os sindicatos reconsiderassem e cancelassem a greve, o que acabou por não acontecer.

Por outro lado, numa nota de imprensa divulgada também nesta quarta-feira, os sindicatos envolvidos acusaram a Portway de agir com “desonestidade e má-fé”.

Após o encontro no Ministério do Trabalho, a Portway destacou ter cumprido rigorosamente o acordo firmado com as representações sindicais, o que incluiu um aumento de 4% nas tabelas salariais. A empresa explicou ainda que havia uma possibilidade de um aumento adicional de 1%, condicionado ao cumprimento de um objetivo operacional de 60 mil voos assistidos até 31 de outubro, meta que, segundo a Portway, era viável com base no histórico e nas projeções. No entanto, este objetivo não foi alcançado, e o aumento adicional não foi aplicado.

A Portway reforçou que os critérios para avaliar o cumprimento da meta eram claros e consistentes, referindo que a métrica utilizada – o número de voos – sempre foi a base das negociações operacionais. A empresa argumentou que, no contexto do handling, o termo “voo” é usado para designar uma rotação, e que qualquer interpretação contrária seria inconsistente com a prática do setor.

Os sindicatos, porém, discordaram da abordagem da Portway. Alegaram que, em novembro de 2024, a empresa tentou subverter o acordo, fazendo uma interpretação que consideraram absurda ao equiparar voos a rotações, algo que acreditam que os tribunais irão esclarecer.

Os sindicatos recordaram ainda que a Portway propôs um aumento de 1% na tabela salarial a partir de janeiro de 2025, além de um pagamento único de 100 euros como gratificação de balanço. Apesar de terem aceitado o princípio de uma gratificação, rejeitaram o valor proposto, defendendo um montante de 180 euros. A Portway subiu a oferta para 120 euros, mas os sindicatos contra-propuseram 150 euros, o que acabou por inviabilizar o acordo por uma diferença de 60 mil euros.

As organizações sindicais sublinharam que o aumento de 1% que a Portway não aplicou teria impacto direto no salário base, bem como em componentes associadas, como subsídios de turnos, feriados, horas extraordinárias e subsídios de férias e Natal.

A greve está marcada para abranger todo o trabalho suplementar entre as 00h00 do dia 24 de dezembro de 2024 e as 24h00 de 1 de janeiro de 2025. Haverá também paralisações durante todo o dia 24 de dezembro e no dia 31 de dezembro, bem como para trabalho em feriados considerados dias normais, de 24 de dezembro de 2024 a 2 de janeiro de 2025.