A companhia aérea brasileira Azul chegou a acordo com um grupo de credores para um financiamento de até 500 milhões de dólares (462 milhões de euros) para reforçar a sua liquidez, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a companhia brasileira indicou que 150 milhões de dólares entrarão na Azul ainda esta semana, mais 250 milhões de euros antes do final do ano, havendo ainda a possibilidade de “desbloquear 100 milhões de euros adicionais.

O acordo abre ainda portas para a conversão de títulos da dívida, que vencem entre 2029 e 2030, em ações da própria empresa.

Foram assinados ainda acordos com o objetivo de melhorar o fluxo de caixa da Azul em mais de 150 milhões de dólares, reduzindo certas obrigações com locadores e fabricantes nos próximos 18 meses.

“Esse acordo fortalece consideravelmente a liquidez e a posição financeira da Azul”, sublinhou a empresa, que tinha no início do mês anunciou ter contratado um escritório de advogados em Portugal para negociar uma dívida contraída pela TAP em 2016 que já ascende os 1,2 mil milhões de reais (200 milhões de euros, ao câmbio atual).

A companhia aérea brasileira, fundada por David Neeleman, antigo acionista da TAP, sublinha ainda que procura “um entendimento para sanar a situação de maneira amigável e comercial, não afastando a possibilidade de tomar ações mais duras caso não haja acordo com a empresa portuguesa”.

Em causa está uma dívida contraída pela TAP em 2016, um ano depois do Governo ter aprovado a venda de 61% do capital social da TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa – um dos dois finalistas do processo de privatização da transportadora aérea portuguesa, sendo o candidato preterido Germán Efromovich.

“A Companhia esclarece que efetuou um empréstimo de 90 milhões de euros, junto de mais 30 milhões de euros oriundos do governo português, para ajudar a liquidez da empresa, que passava por um momento financeiro desafiador”, detalhou à Lusa fonte da Azul.

De acordo com a imprensa brasileira, o vencimento da dívida, que já ascende os 1,2 mil milhões de reais (200 milhões de euros, ao câmbio atual) acontece até 2026.