A Boeing revelou na segunda-feira que suspendeu a frota de aviões de teste 777X para inspeções após a descoberta, no fim de semana, de um componente defeituoso ligado à fixação dos motores.
A suspensão surge depois de um dos aviões de teste Boeing 777X ter aterrado na sexta-feira no Havai, os mecânicos de manutenção encontraram danos numa parte estrutural que liga o motor e a fuselagem.
As inspeções dos outros dois aviões de teste 777X ativos encontraram fissuras na mesma estrutura.
Em comunicado, a Boeing disse apenas que os danos no avião no Havai foram descobertos “durante a manutenção programada” e que está a inspecionar os outros aviões de teste 777X.
“A nossa equipa está a substituir a peça… e retomará os testes de voo quando a intervenção estiver concluída.”
A parte afetada é chamada de “elo de impulso”, um componente pesado de titânio. O impulso do motor é transferido para a fuselagem através desta ligação entre o motor e onde está montado numa fixação abaixo das asas.
Este componente não faz parte do motor GE-9X que equipa este modelo, mas sim um elemento de ligação do motor concebido pela Boeing. Este design específico é exclusivo do B777X.
O GE-9X é um motor enorme, com cerca de 11 toneladas e com uma “fan” frontal com mais de 3,5 metros de diâmetro.
Cada motor possui dois destes componentes para redundância, caso um deles falhe.
Esta notícia é outro revés para o programa 777X. O avião foi lançado em 2013 e voou pela primeira vez em 2020, mas a certificação do jato pela Administração Federal de Aviação (FAA) foi repetidamente adiada.
A FAA finalmente autorizou a Boeing no mês passado a iniciar voos de teste para obter a certificação. Agora esses voos estão suspensos.
A Boeing disse que informou a FAA e está a partilhar informações com potenciais clientes do 777X. A Boeing afirmou recentemente que pretende entregar o primeiro 777X em 2025, com cinco anos de atraso. Mas os clientes, incluindo a Emirates, já disseram antes deste último problema que não o esperam até meados de 2026.