O BEA, organismo oficial francês encarregado da análise de acidentes aéreos, anunciou hoje sua participação na investigação aberta no Brasil sobre o avião da Voepass, que caiu sexta-feira no estado de São Paulo, matando 62 ocupantes.
Numa mensagem na sua conta na rede social X, o Bureau d’Enquêtes et d’Analyses pour la Sécurité de l’Aviation Civile (Serviço de Inquéritos e Análises para a Segurança da Aviação Civil) comunicou a sua participação no processo aberto pelo Centro Brasileiro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), indicando, nomeadamente, que cinco dos seus peritos estão no terreno, acompanhados por conselheiros técnicos do construtor aeronáutico Airbus.
O avião que se despenhou era um turbo-hélice 72-500 fabricado pela ATR, uma filial conjunta da Airbus e da empresa italiana Leonardo, que tem a sua fábrica de montagem na cidade francesa de Toulouse.
O avião pode transportar 68 passageiros e tem um alcance de até 772 milhas náuticas (cerca de 1.430 quilómetros).
O aparelho da Voepass fazia o trajeto entre a cidade de Cascavel e São Paulo, com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo, e caiu quando faltavam cerca de 80 quilómetros para chegar ao destino.
Apesar de se despenhar numa área residencial, o avião caiu nos quintais de um conjunto de residências sem atingir nenhuma edificação nem provocar mais vítimas.
Entre os 62 mortos está uma portuguesa.
As informações contidas nas caixas negras do avião foram já recuperadas pelos técnicos responsáveis pela investigação, que obtiveram “100% de sucesso na obtenção de informações de voz e dados dos gravadores nos momentos que antecederam o acidente”, segundo o diretor do Cenipa, brigadeiro general Marcelo Moreno.