O grupo IAG, dono da Iberia e da British Airways, apresentou hoje à Comissão Europeia um novo pacote de “remédios”, com alguns ajustes ao anterior, para ultrapassar os problemas concorrenciais e avançar com a aquisição total da Air Europa.

A apresentação desta oferta melhorada, com o objetivo de assegurar que a compra da companhia aérea espanhola Air Europa se realiza com todas as garantias para os consumidores, implica uma prorrogação automática de 15 dias úteis do prazo para a decisão final da Comissão Europeia (CE) sobre a operação.

Adicionalmente, o grupo acordou com a CE a extensão do prazo por mais 10 dias úteis para permitir uma melhor análise dos “remédios”, o que significa que a decisão final prevista para 15 de julho será adiada por 25 dias úteis, segundo fontes da Iberia.

A nova proposta inclui melhorias resultantes do diálogo construtivo que o grupo tem vindo a manter com a CE, segundo a Iberia, que explica que a possibilidade de prorrogação está contemplada no processo e é utilizada habitualmente quando se analisam operações complexas.

No final de abril, a CE publicou uma “Declaração de Objeções” (‘Statement of Objections’) sobre o negócio, na qual as autoridades comunitárias indicam os problemas que detetaram na operação, especialmente numa série de rotas onde consideram que poderá haver um aumento dos preços ou uma menor qualidade da oferta.

As autoridades da concorrência da União Europeia (UE) estão preocupadas com o efeito da fusão nas rotas de longo curso entre Madrid e a América do Norte e do Sul, bem como nas conexões com os dois arquipélagos espanhóis e em certas ligações europeias.

Após a publicação do documento de objeções de Bruxelas, a Iberia explicou que estava disposta a transferir até 40% das rotas exploradas pela Air Europa até 2023 e a não deixar uma única rota sem concorrência.

Além disso, tornou públicas as companhias aéreas que estariam interessadas em assumir as rotas a alienar, nomeadamente a Avianca, a Binter, a Iberojet, a Ryanair, a Volotea e a World2Fly.

Passaram quatro anos e meio desde o primeiro acordo entre a Iberia – que faz parte do grupo IAG, juntamente com a British Airways, a Vueling, a Aer Lingus e a Level – e a família Hidalgo, proprietária da Globalia e da Air Europa, segundo o qual a primeira pagaria 1.000 milhões de euros em dinheiro pelo controlo da segunda. Após a pandemia, o valor final foi reduzido para 500 milhões.

Esta segunda tentativa de aquisição foi oficialmente notificada às autoridades europeias em 11 de dezembro de 2023. A IAG pretende agora adquirir os 80% do capital da Air Europa que ainda não controla por 400 milhões de euros, para além dos 100 milhões de euros que já pagou por 20% em agosto de 2022.