O Governo aprovou hoje a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI), anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
“O Governo decidiu aprovar o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição integral do Aeroporto Humberto Delgado no campo de tiro de Alcochete e atribuir-lhe a denominação de Aeroporto Luís de Camões”, anunciou Luís Montenegro, numa declaração ao país, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, esta tarde.
A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, apontando ainda que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.
O PSD decidiu constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.
O presidente social-democrata, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito, que a decisão seria tomada “nos primeiros dias” de Governo.
O Governo explicou hoje que o Campo de Tiro de Alcochete tem a vantagem de se localizar inteiramente em terrenos públicos, enquanto Vendas Novas requer expropriações, representando ónus adicional e permite, no futuro, crescer de duas para quatro pistas, caso haja necessidade.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que falou depois do primeiro-ministro, lembrou ainda que Alcochete já teve Declaração de Impacte Ambiental aprovada, atualmente caducada, e que é mais próximo de Lisboa, comparativamente a Vendas Novas, exigindo menos tempo e custos de deslocação.
O Governo apontou ainda como vantagem a proximidade de Alcochete às principais vias rodoviárias e ferroviárias, o que permite descentralizar o tráfego do centro de Lisboa.
Nos fundamentos do Governo para a decisão pesou ainda a possibilidade de acomodar os planos de expansão da TAP, que tem projeções preliminares de 190-250 aeronaves em 2050, sendo que as soluções duais podiam por em causa a sustentabilidade do ‘hub’ (plataforma de distribuição de voos).