Lisboa, 29 abr 2024 (Lusa) – Três sindicatos voltaram hoje a criticar, em véspera de plenário de trabalhadores, a proposta apresentada pela OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, considerando que é insuficiente e admitem “várias formas de luta”.
Num comunicado conjunto, Sitava – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), SITEMA – Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) e Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAs) consideram que o aumento médio de 5% sugerido pela empresa para os trabalhadores “não corresponde à realidade”.
Na mais recente reunião de negociação com os sindicatos, no passado dia 24, a sexta, a administração da OGMA apresentou duas propostas de atualização salarial: uma atualização de 2,5% para todos os trabalhadores, ou um aumento de 41 euros transversal a todos, a que se acrescenta uma subida de 1,25 euros por dia de subsídio de refeição.
À Lusa, o coordenador do STEFFAs, Alexandre Plácido, considerou que dizer que estas propostas se traduzem num aumento médio de 5% por trabalhador é “uma falsidade por parte da empresa”, uma vez que o subsídio de refeição é apenas pago quando há trabalho.
Na ótica do sindicalista, não há um aumento efetivo de 5% que se reflita nas contribuições e, consequentemente, na proteção social do trabalhador.
“Estamos a denunciar esta falsidade por parte da empresa. Amanhã [dia 30, terça-feira] vamos estar reunidos com os trabalhadores para discutir coletivamente esta proposta”, disse Alexandre Plácido, remetendo para os plenários de trabalhadores.
“Vamos discutir com todos os trabalhadores a possibilidade das várias formas de luta”, acrescentou, “incluindo, evidentemente, a greve”.
No comunicado hoje divulgado, Sitava, Sitema e STEFFAs pedem “uma proposta de valorização das tabelas salariais que permita aumentar o poder de compra aos trabalhadores” e “condições para negociar um acordo”.
A OGMA foi fundada em 1918 e tem atividade em duas áreas de negócio: manutenção, reparação e revisão geral de aeronaves e de motores e componentes de aviação civil e de defesa, e fabrico e montagem de aeroestruturas para aeronaves civis e militares.
Privatizada em 2005, 65% da OGMA pertence à Airholding, da fabricante brasileira Embraer, e 35% à idD Portugal Defence (100% do Estado português).