O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) congratulou-se hoje com o parecer da administração da SATA que recomenda a anulação do processo de privatização da Azores Airlines, reiterando a necessidade de critérios de seleção “mais rigorosos”.
“O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil recebeu com agrado a recomendação do conselho de administração da SATA que defende a anulação do processo de privatização da Azores Airlines”, lê-se num comunicado de imprensa enviado à agência Lusa.
O SPAC lembra que já em novembro de 2023 manifestou preocupação em relação ao processo de privatização da Azores Airlines – responsável pelas ligações com o exterior do arquipélago – tendo enviado uma carta aberta à administração da SATA e ao Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), onde apresentou os motivos da sua apreensão relativamente “a um futuro seguro e estável para a empresa”.
Na semana passada, o SPAC voltou a sublinhar que esperava da administração da SATA “um parecer negativo” à privatização da Azores Airlines por considerar, entre várias outras razões, que “o consórcio da Newtour/MS Aviation tem lacunas reputacionais que iriam pôr em causa o futuro da companhia açoriana”.
Para o sindicato “a Azores Airlines está para os Açores, como a TAP está para o país” e “não se pode pôr em causa uma empresa com grande peso económico e importância para o arquipélago” açoriano.
Além disso, acrescenta o SPAC, “cerca de 80% a 90% dos passageiros da SATA, que assegura o serviço público do transporte entre as ilhas do arquipélago, vêm da Azores Airlines”.
“É fundamental que num novo concurso sejam adotados critérios de seleção mais rigorosos para o perfil dos futuros investidores”, defende o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.
Neste sentido, e tendo em conta que o Governo Regional “já tem o parecer do conselho de administração da SATA nas mãos”, o SPAC diz que “aguarda com expectativa a decisão final do Governo Regional, a quem cabe a última palavra”.
O conselho de administração do grupo SATA, que se encontra demissionário, já enviou o seu parecer sobre o processo de privatização da Azores Airlines ao Governo Regional, manifestando “reservas sobre o consórcio NewTour MS Aviation e sobre as limitações do concorrente”.
O júri do concurso, liderado pelo economista Augusto Mateus, manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório final, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia.
Na semana passada, a secretária regional da Mobilidade, Berta Cabral, disse que “o Conselho do Governo é que decidirá e será a breve trecho”.