A Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e os pilotos de voos internacionais não chegaram a acordo face ao pré-aviso de greve, de 25 a 29 de abril, avançou fonte sindical.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional do Pilotos da Aviação Civil (SNPAC), Edmilson Aguiar, os trabalhadores e a companhia estatal não se entenderam sobre questões ligadas à segurança operacional, que são consideradas as mais importantes entre as reivindicações da classe, pelo que as negociações vão ser remetidas para mediação pela Direção Geral do Trabalho, a partir de segunda-feira.
Em conferência de imprensa na quinta-feira, o líder sindical avançou que os 32 pilotos da companhia área pública cabo-verdiana contestam os atrasos no processamento de salários, a inexistência de um programa de segurança, proteção da saúde e higiene no trabalho, uma redução de subsídios e cancelamento de consultas médicas.
Além disso, reclamam da “postura intransigente da empresa, com contínuos incumprimentos laborais e atropelos à legislação em vigor”, além de incumprimentos no pagamento de suplementos remuneratórios (como o subsídio de voo).
Edmilson Aguiar admitiu que a greve pode ter “um impacto significativo” nas operações da companhia, levando ao cancelamento de voos internacionais.
“Antes da covid-19, a TACV tinha 49 pilotos e hoje tem 32. Na semana passada, um colega nosso acabou por sair da companhia por causa destas questões que aqui elencámos”, apontou.
A TACV admitiu na quarta-feira que a greve dos pilotos pode afetar os voos internacionais.
“Por forma a minimizar os impactos de uma possível greve, a companhia coloca à disposição de todos os passageiros com viagens marcada entre os dias 25 e 29 de abril, a possibilidade de alterarem as datas, sem qualquer custo adicional”, indicou a TACV.