A assembleia de empresa dos pilotos da TAP aprovou nesta sexta-feira, dia 22 de março, alterações ao Acordo de Empresa (AE) que, essencialmente, adiam os aumentos este ano e no próximo para ajudar a companhia a colmatar um excedente de massa salarial inesperado.

Em declarações à agência de notícias ‘Lusa’, Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) explicou que a convocação desta assembleia dos profissionais aconteceu na sequência de um pedido de ajuda de Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, numa questão relacionada com as contratações externas.

“Avisámos Luís Rodrigues, que tinha excedido em muito as contratações externas fora do grupo”, disse Tiago Faria Lopes, explicando que a questão está relacionada com a retirada, pelo Governo da TAP S.A. da SGPS, mas mantendo a Portugália na holding, o que levou a que as contratações externas gerassem uma “penalização no acordo de empresa” para proteger os pilotos da companhia.

Para evitar que a transportadora fosse penalizada, os pilotos concordaram em abdicar do aumento salarial de 2024, que passa para dezembro em vez de janeiro, situação que se repete em 2025. 
Os pilotos abdicaram ainda da majoração das horas noturnas e dos feriados, temporariamente, indicou.

Os pilotos reunidos nesta sexta-feira aprovaram estas alterações, mas numa votação muito renhida, tendo 51,7% dos votos a favor, 46,6% contra e uma abstenção de 1,7%.

Questionado sobre estes números, o presidente do SPAC reconheceu que a questão foi debatida “muito em cima da hora” e fez um “mea culpa” neste sentido, considerando, no entanto, que, entretanto, os profissionais “ficaram esclarecidos”.