O líder da AD acusou o Governo de “falta de coragem” para obrigar a concessionária ANA a fazer obras no atual aeroporto e assegurou que avançará rapidamente com uma nova solução, mesmo sem consenso com PS.
“O meu compromisso é, no início do Governo, pegarmos no resultado final – que ainda não foi entregue – da Comissão Técnica Independente e decidir. Nós vamos decidir, vamos tentar consensualizar com o PS, que será na altura o maior partido da oposição. Se não conseguirmos, nós avançaremos”, assegurou Luís Montenegro, num almoço organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
Luís Montenegro acusou ainda o atual Governo do PS e, em particular, o ex-ministro das Infraestruturas e atual líder do PS, Pedro Nuno Santos, de ter sido complacente com a empresa que gere os aeroportos, a ANA, recordando que o acordo assinado entre PSD e o executivo previa a realização de obras imediatas no atual aeroporto de Lisboa.
“Nós não rompemos o acordo por uma questão de responsabilidade nacional (…) A ANA está em falta e o Governo está em falta com o país porque não obrigou a ANA a cumprir aquilo a que estava obrigada”, disse.
E deixou ainda um recado para os que sugerem haver proximidade entre a atual direção do PSD e o presidente da ANA, o antigo dirigente social-democrata José Luís Arnaut.
“Há até ai alguém que tenta dizer que há uma pessoa ligada ao PSD que está na ANA, a mim não me interessa nada, nem fala comigo. Façam as obras”, apelou.
Numa intervenção de 40 minutos, o presidente do PSD reafirmou os compromissos de privatizar a TAP a 100%.
Sobre a gestão do dossiê TAP, Luís Montenegro considerou-a “mais um exemplo da incompetência e incapacidade” do seu adversário Pedro Nuno Santos.
“Quando ouço o meu principal opoente a dizer que gosta de decidir, que antes feito que perfeito, eu diria que não foi é muito prudente”, afirmou, repetindo a acusação de que a gestão política da companhia aérea nos últimos anos “foi um crime político e económico”.
Quanto ao seu compromisso para o futuro, reiterou a intenção de privatizar na totalidade a companhia aérea “na base de um caderno de encargos que salvaguarde o interesse estratégico português e possa integrar clausulas que obriguem à manutenção do ‘hub’ em Lisboa”.