A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) responsabilizou hoje a portuguesa EuroAtlantic pelos problemas na realização dos voos na rota entre Maputo e Lisboa, alegando que aquela empresa não pagou o aluguer da aeronave.
Em comunicado enviado à Lusa, a transportadora aérea moçambicana explica que no sábado teve de cancelar o voo entre Lisboa e Maputo “devido a problemas do fornecedor de aeronave, a Euro Atlantic Airways (EAA)”.
“No momento antes do embarque dos passageiros, em Lisboa, a LAM tomou conhecimento de que o provedor não pagou ao proprietário da aeronave usada e que este, por sua vez, determinou que o aparelho não fosse usado”, lê-se.
A Lusa tentou contactar a EuroAtlantic – parceira da LAM na retoma desta rota, após cerca de 12 anos de interregno – sobre este assunto, mas sem resposta até ao momento.
“Perante este quadro”, a LAM explica que “envidou esforços visando materializar o voo”, o que veio a concretizar-se no domingo, 14 de janeiro, recorrendo a uma aeronave “de um outro operador”.
No percurso Maputo – Lisboa, o próximo voo será realizado na terça-feira, pelas 03:00 locais (01:00 em Lisboa), acrescenta.
“Enquanto decorriam estas ações, foi concedida a hospedagem aos passageiros e os que manifestaram interesse de realizar a viagem noutros operadores foram encaminhados. Ainda foram concedidos reembolsos aos passageiros que manifestaram a intenção expressa de não continuar no voo”, sublinha a transportadora estatal moçambicana.
A LAM regressou aos voos para Lisboa em 12 de dezembro último, recorrendo a um Boeing 777 de 302 lugares, resultante de uma parceria com a operadora portuguesa EuroAtlantic, ligando as duas capitais três vezes por semana.
A rota Maputo-Lisboa, abandonada pela companhia há quase 12 anos, faz parte do plano de revitalização da operadora, depois de a empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) ter entrado na gestão da LAM em abril do ano passado para o processo de restruturação.
A operação de regresso da LAM ao espaço aéreo europeu custa cerca de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) por mês, avançou em 13 de dezembro o diretor-geral da companhia.
“Esta operação tem imensos elementos de custos. O custo fixo imediato é de cerca de dois milhões de dólares mensais”, declarou João Carlos Pó Jorge.
A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
A rede de voos da LAM conta com 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaca, e Cidade do Cabo, enquanto Lisboa é desde 12 de dezembro o único destino intercontinental.
Diariamente, a LAM realiza mais de 40 voos, operados através da sua frota composta por um Boeing 737, três Q400, dois Bombardier CRJ 900 e dois Embraer 145 operados pela sua subsidiária Moçambique Expresso (MEX).