O CEO da TAP, Luís Rodrigues, considera que os interessados na compra da companhia portuguesa dizem compreender as condições políticas do país e estão a aguardar novidades.

“Informalmente, todos [os interessados] têm dito ‘percebemos perfeitamente as condições políticas, estamos a aguardar’”, afirmou Luís Rodrigues, em declarações no almoço de Natal com jornalistas, nas instalações da Cateringpor, empresa de catering do grupo TAP, em Lisboa.

O presidente da companhia aérea respondia a questões dos jornalistas, ainda que tenha começado por dizer que o objetivo da sua equipa é “que a TAP saia das notícias”, após um ano em que a transportadora foi um “saco de pancada, numa CPI [comissão parlamentar de inquérito] que se tornou num evento mediático”.

Parco em palavras, Luís Rodrigues disse não ver razão para que os interessados desistam da intenção de comprar a TAP, devido à situação política, mas admitiu que a privatização que o Governo de António Costa tinha intenção de concluir no primeiro semestre do próximo ano “não é fácil” de cumprir nos prazos anunciados, devido à dissolução do parlamento e às eleições legislativas antecipadas, em março.

“Eu não descarto nada, mas não depende de nós, é uma decisão do acionista”, respondeu o responsável, questionado sobre se o cenário de privatização em 2024 está afastado.

Quanto às obras no aeroporto de Lisboa, tendo em conta que o Governo aprovou em Conselho de Ministros determinar à ANA que concretize os investimentos previstos naquela infraestrutura, Luís Rodrigues defendeu que a Portela deve ter “as condições de funcionalidade e eficiência que qualquer aeroporto de uma cidade civilizada e moderna da Europa ocidental tem que ter”.

O presidente disse acreditar que 2023 pode ser “um bom ano” em termos de resultados económico-financeiros, tal como 2024 uma vez que não têm assistido a qualquer abrandamento nas reservas.

Em relação ao investimento da TAP no Porto ou no Algarve, Luís Rodrigues lembrou que a companhia tem um plano de reestruturação para cumprir até 2025 que não permite crescer em número de aviões nem de rotas e, por isso, “investir em qualquer sítio, significa desinvestir em outro sítio”.

“Se a qualquer momento se justificar tirar de Lisboa e do Porto e pôr no Algarve, essa análise será feita”, assegurou.