A ANA – Aeroportos de Portugal lamentou hoje que a Ryanair recorra ao argumento da atualização das taxas aeroportuárias para reduzir o número de voos na Madeira, Porto e Faro, realçando que houve “três anos de reduções consecutivas”.
“Na realidade, as taxas médias propostas para 2024 são inferiores às de 2019”, diz a ANA num comunicado enviado à agência Lusa.
A ANA reage assim às declarações do CEO da transportadora aérea Ryanair, Michael O’Leary, que na terça-feira anunciou a redução de um avião na Madeira e a diminuição do tráfego no Porto e em Faro devido ao aumento das taxas aeroportuárias.
Também menciona que a base desta companhia aérea na Madeira beneficia do programa de incentivos da ANA, o que constituiu “um investimento significativo”.
A ANA considera que a Madeira é “um dos destinos turísticos com maior potencial de desenvolvimento na Europa”, tendo registado um crescimento de 10% no verão de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para este indicador contribuíram companhias aéreas como a easyJet, a Wizzair, a Azores Airlines e a Condor, complementa.
Ainda realça que, apesar da anunciada atualização das taxas aeroportuárias a partir de janeiro de 2024, “diversas companhias demonstram um grande interesse em continuar a desenvolver a conectividade na Madeira”.
A SATA (Boston e Toronto), easyJet (Geneve and Basel), Jet2 (Liverpool e Belfast) e Wizzair (Roma) são algumas das companhias que já confirmaram novas rotas para o próximo verão de 2024, adianta.
A ANA destaca que esta situação acontece na altura em que, de acordo com um comunicado recente do ACI (Airport International Council) Europe, o aumento das tarifas praticadas pelas companhias aéreas na Europa é superior a 38% nos meses de verão (3.º trimestre).
Indicando que os aeroportos portugueses estão no topo dos que mais crescem na Europa, liderando em termos de competitividade, a ANA assegura que “mantém o seu compromisso com as regiões para continuar a desenvolver a conectividade aérea, trabalhando em parceria e de forma equitativa com todas as companhias aéreas”.
A Aeroportos de Portugal sublinha que o produto das taxas é afeto a financiar a segurança, a eficiência operacional e a capacidade e o conforto dos aeroportos, recordando que decorrem intervenções nos vários aeroportos nacionais.
A ANA conclui que a proposta de taxas para 2024 insere ainda um mecanismo de incentivo às aeronaves com menores emissões de carbono, uma medida consonante com a política ambiental da ANA/VINCI Airports e a promoção da descarbonização do setor da aviação.
Hoje, o diretor comercial da Ryanair, Jason McGuiness, reuniu-se com o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, tendo falado do compromisso de “trabalharem em conjunto” para combater os problemas que esta decisão representa para o turismo e a economia da Madeira.
Além da redução de dois aviões para um na base da Madeira, a Ryanair decidiu diminuir de 10 para sete as ligações que efetua para a Madeira, cancelando as rotas de Marselha, Nuremberga e Bégamo.