A companhia aérea irlandesa de baixo custo Ryanair obteve um lucro líquido de 2.180 milhões de euros no primeiro semestre fiscal (abril-setembro), 59% mais que no mesmo período do ano passado, quando ganhou 1.370 milhões, anunciou a empresa.
A Ryanair atribui a recuperação dos lucros ao “elevado desempenho” alcançado durante a Páscoa no primeiro trimestre, bem como ao tráfego de passageiros no verão, que registou “valores recorde”, e ao aumento dos preços dos bilhetes, que “compensou os custos de combustível” na primeira metade do ano fiscal, ano que terminará em 31 de março de 2024.
A companhia aérea, líder europeia no setor dos voos económicos, destacou, em comunicado, que as suas receitas aumentaram 30% para 6,16 mil milhões de euros no mesmo período, durante o qual transportou 105,4 milhões de passageiros (+ 11%).
O presidente executivo, Michael O’Leary, anunciou hoje que a companhia aérea vai distribuir este ano um dividendo de 400 milhões de euros (0,35 cêntimos por cada ação) entre os seus acionistas, com um primeiro pagamento de 200 milhões de euros no próximo mês de fevereiro e outro em setembro.
Para os anos fiscais seguintes, de acordo com a nova política de dividendos, acrescentou O’Leary, a Ryanair pretende devolver aos acionistas “aproximadamente 25%” do lucro líquido de cada ano anterior “através de um dividendo ordinário”.
O gestor lembrou que os acionistas investiram 400 milhões de euros numa “emissão de ações durante o pico da crise da covid”, em setembro de 2020, o que ajudou a companhia aérea a “sair da pandemia numa posição de força estratégica e financeira ímpar”.
Neste contexto, a Ryanair indicou hoje que a sua receita por passageiro cresceu 17% durante o primeiro semestre fiscal, depois de o preço médio dos bilhetes ter aumentado 24%, para 58 euros em média, em resposta à “forte procura” vivida no Páscoa e no verão.
Olhando para o final do corrente ano fiscal, O’Leary indicou que as previsões colocam o lucro bruto do próximo mês de março num intervalo entre 1.850 e 2.050 milhões de euros, bem acima do anterior recorde de 1.450 milhões de euros, registado em 2018.
“Estas previsões permanecem em grande parte dependentes da ausência de eventos adversos imprevistos (como na Ucrânia ou em Gaza) entre agora e o final de março de 2024”, destacou.